Indignação entre a população. Assembleia Municipal tomou conhecimento da situação na sessão de junho e, na passada sexta-feira, voltou a ouvir a indignação de um dos habitantes.
Desde o início do verão de 2019 e por motivo de doença da médica, o Polo de Saúde de Chave não está a funcionar. A denúncia pública da situação ocorreu na Assembleia Municipal de Arouca realizada em 28 de junho, com a presidente da Câmara a assumir então que iria inteirar-se da situação e procurar a melhor solução. Esta tardou a chegar com a população a mostrar-se revoltada, dado que a alternativa é deslocar-se à Unidade de Saúde Familiar, em Escariz.
Na última sessão da Assembleia Municipal, realizada na passada sexta-feira, um habitante da freguesia, no período destinado ao público, Arménio Gomes, tal como o tinha feito o ano passado, voltou a indignar-se com a passividade das autoridades em resolver o problema. Na sua intervenção voltou a pedir a ação da Presidente da Câmara, Margarida Belém, evocando que “os de Chave não são uns coitadinhos” e que estes votaram em si. Na oportunidade reafirmou que Escariz não é solução dado que não há transportes públicos.
De referir que o assunto tinha também sido abordado numa sessão da Assembleia Municipal, realizada passado dia 2 de dezembro, por iniciativa do representante da Junta de Chave, José Luís Fevereiro. Margarida Belém reconheceu então a dificuldade em resolver o problema assumindo que naquele “momento não há nada em concreto”. O mesmo foi reafirmado em resposta a Arménio Gomes que considerou que este munícipe “tem toda a razão”, prometendo voltar a insistir com o Diretor do Agrupamento de Centros de Saúde de Entre Douro e Vouga I – Feira/Arouca (ACeS), garantindo também que vai trabalhar numa solução de mobilidade, aqui de parceria com a Junta de Freguesia
Presidente, a Junta e a solução que tarda
O Presidente da Junta de Freguesia de Chave, Fernando Ribeiro, em declarações ao DD, lamentou então “a falta de vontade em resolverem a situação”, que prejudica sobretudo “as pessoas mais velhas e aquelas que nem têm família nem transporte para ir a Escariz”. O autarca defendeu a possibilidade de irem para Arouca para onde os transportes são melhores reconhecendo que a população acaba por se socorrer de médicos privados e do Centro de Saúde de Arouca. No entanto alguns destes doentes acabam por ser recusados dada a indicação que tem que se devem dirigir a Escariz.
Fernando Ribeiro relatou-nos que a Junta de Freguesia já falou várias vezes com António Alves, diretor executivo da ACeS Feira, mas a solução tarda.
Sem solução à vista porque não pode haver substituição
António Alves (foto), diretor do ACeS, ouvido pelo Jornal de Notícias, no final do ano passado, disse que “não há figura de substituição do médico, cada um tem uma lista de utentes atribuídas”. Sendo a situação temporária, os quadros clínicos da Unidade de Saúde Familiar de Escariz “estão a assumir os 900 utentes da médica que está de baixa. Nestes casos, recorre-se à intersubstituição, mas o processo é mais difícil por se tratar de um polo. A única forma que encontramos é as pessoas deslocarem-se”, como já faziam para “consultas de maternidade ou doenças crónicas”.
O Diretor da ACES sugeriu à Junta que disponibilizasse transporte, garantindo que não está em causa o fecho do polo de Chave.