Os monumentos funerários estendem-se por diversos áreas do concelho. Uns foram espoliados por caçadores de tesouros, sem respeito pela História nem pelas regras científicas no trato dos achados arqueológicos, primeiro passo no desprezo para com a identidade e a cultura; outros foram destruídos pela ignorância; outros ainda, dos muitos que restam, têm merecido estudo científico e espera-se para breve a publicação da Carta Arqueológica. Deles foi recolhido inestimável espólio que aguarda espaço e verbas para que tenha exposição condigna, a fim de permitir o estudo de uns e a sensibilização dos restantes.
Predominam nas terras altas e nos planaltos de meia encosta, nomeadamente o vasto Conjunto Megalítico de Escariz, que se estende pela freguesia que lhe dá o nome, bem como por terras de Mansores e de Chave.
Seguindo a actual fronteira concelhia, sobe-se à Freita para encontrar, entre outros, um dos maiores monumentos funerários do país, ou talvez da Península, lá bem no meio da serra, no sítio denominado de Portela de Anta.
Na freguesia de Alvarenga e na encosta Norte de Santa Eulália, no Arressaio, existem vários monumentos megalíticos assinalados, alguns dos quais já estudados, outros a aguardar intervenção especializada.
O nivelamento de terrenos em tempo de arroteias, para uma população que à medida que crescia fazia minguar o pão, terá levado à eliminação de muitos outros vestígios pré-históricos, donde resulta, em parte, a localização destes monumentos funerários pré-históricos em terras altas e virgens da acção humana.
Mais recentemente, a voragem das celuloses, fez desaparecer alguns desses documentos do passado, como aconteceu com a Anta de Casal Mau, em Santa Eulália (classificada como monumento nacional), alguns no Arressaio, na mesma freguesia e vários na Senhora do Monte, em Alvarenga.
Da época Castreja existem em Arouca alguns vestígios, a necessitar demorado estudo, que não se compadece com lirismo gratuitos de férias de Verão. O único trabalho de interesse levado a cabo desde há alguns anos com o rigor científico que o assunto merece, tem sido feito no monte de Valinhas, em Santa Eulália, estando, no entanto, muito ainda por fazer, por falta de imprescindíveis apoios: científicos, técnicos e económicos.
Saltando dos milénios pré-históricos para tempos pré-nacionais, já que do percurso da Romanização não existem vestígios válidos, senão os do encaminhamento dos habitantes dos Castros para o vale, vamos encontrar uma plêiade de senhores da terra já então Cristianizada pelo movimento da Reconquista.
A partir do século VI, são inúmeros os documentos escritos que a Arouca se referem: em menor quantidade para o período suévico-visigótico, aumentando significativamente no período de dominação árabe e da consequente resposta Cristã, em luta pela reconquista do território peninsular, a partir do século VII.
Referem a maior parte das vezes a reedificação de locais de culto, nomeadamente capelas ou igrejas destruídos pelas investidas muçulmanas sobre o território de Arouca, onde o vale, não raras vezes, estremou árabes de Cristãos.