Do primitivo Mosteiro de Arouca restam apenas algumas pedras que foram cuidadosamente aproveitadas numa parede interior. O actual Mosteiro, que constitui o ex-líbris de Arouca, foi construído ao longo dos séculos XVII e XVIII. Impõem-se mais pela grandiosidade, pela imponente massa granítica, numa vila então minúscula, que pelo estilo arquitectónico. É um monumento do século XVIII e, visto do exterior, não passa disso. Conservam-se ainda na sua Cerca murada pequenos edifícios, como o celeiro, que nos seus tempos áureos serviram de suporte à actividade agrícola, nos terrenos envolventes.
Dentro dele, porém, podemos encontrar, a encimar a Igreja do convento que passou a matriz, o magnífico altar mor em talha dourada, que fala de uma época em que o ouro proveniente do Brasil, marcou presença na maioria dos templos religiosos do país e também de Arouca. A Igreja é ainda ladeada por diversas esculturas de Santos e, do lado direito, encontra-se o altar em ébano, prata e cristal, que serve de túmulo à beata Mafalda, que o povo de Arouca elegeu como a sua Rainha e Santa e cuja festa é promovida anualmente em 2 de Maio, pela Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda.
Este dia é também, desde 1946, o Feriado Municipal. Ao fundo da igreja encontramos o coro das freiras, constituído por um rico cadeiral, a que se sobrepõem, nas paredes, vários óleos com cenas da vida e dos "milagres" da Santa rainha e ainda diversas esculturas. O órgão com 1352 vozes montado no coro das freiras em 1743 foi recuperado recentemente e encontra-se em bom estado para desempenhar a função para que foi criado.
Na ala sul do cadeiral, do fundo da Igreja, existem três altares estilo barroco, em talha dourada, que representam outros tantos ex-votos de emigrantes portugueses no Brasil. O museu de Arte Sacra é, na sua área temática, um dos melhores e mais ricos do país, com peças únicas e que constituem inestimável património de Arouca e das suas gentes. Actualmente vazio em grande parte da sua extensão, ou indevidamente ocupado, o mosteiro de Arouca tem em vias de execução um projecto de reocupação e recuperação, para o que foram já destinadas verbas.