Na margem direita do rio Paiva e tendo como cenário a bonita aldeia da Paradinha, o Padre Agostinho Sousa voltou, no passado sábado, a rezar a “missa do rio”. Um culto para fiéis que assumem aquele tempo e aquele espaço, como “um momento de encontro” de uma grande família. É assim, desde há 24 anos, no primeiro fim de semana de Agosto, numa Alvarenga sempre orgulhosa da sua terra e das suas gentes. E há por ali muito orgulho, o último dos quais evidenciado nas bodas de prata de ordenação sacerdotal daquele que é hoje um dos principais responsáveis pela congregação dos Dehonianos.
A fé e o gosto pelo rio
O padre Agostinho de Sousa, em entrevista que nos concedeu em 14 de novembro de 2014, lembrou que a ideia da “missa do rio” partiu duns amigos: «”agora que és padre, porque não celebras uma missa para nós nas margens ‘do Paiva’, tu que também gostas tanto do nosso rio?”… Foram mais ou menos estas as palavras que me convenceram a celebrar uma missa no ano a seguir à minha ordenação e depois nunca mais paramos» – disse ainda.
O lugar foi variando. Tem sido muitas vezes na Paradinha, mas também já foi no Areinho, na Cabranca, no Vau… O importante é que seja nas margens do rio Paiva – assumem os promotores. O que é facto é que este é um momento muito significativo do verão alvarenguense, em que participam pessoas vindas de diversas paragens.
As bodas de prata
A «princesa do Paiva» engalanou-se a preceito. Foram centenas de pessoas que estiveram presentes na missa celebrada pelo Padre Agostinho de Sousa na igreja paroquial de Alvarenga, no passado domingo. Concelebraram outros padres pertencentes à congregação dos Dehonianos e o pároco Jorge.
Registo também para a presença dos seus treze irmãos, sobrinhos e sobrinhos-netos. As leituras foram feitas pelos seus professores da escola primária e da telescola; José Andrade Lopes e Ana Paula Valente Cecílio. Por ali ouviu-se também a professora Celeste, da telescola, e palavras de agradecimento pelo seu trabalho de missionário em Portugal e além-fronteiras (Equador, Moçambique e Congo).
Na entrega de lembranças, no momento de ação de graças, marcaram presença diversas personalidades, entidades (como a Junta de Freguesia) e várias associações da freguesia que o viu nascer há 52 anos: Rancho Folclórico, Banda Filarmónica, Grupo Desportivo de Santa Cruz de Alvarenga.
No fim da missa todos foram convidados a participar no lanche/jantar no largo de Trancoso, onde não faltou animação. No repasto lá esteve “o porco no espeto”, regado com bom vinho da freguesia – tudo oferecido por pessoas amigas. Por ali viram-se também pessoas de Lisboa (como da associação ABC, onde trabalhou com jovens e crianças) e da paróquia do Foco, da cidade do Porto.
No final foi cantado os parabéns acompanhados pela filarmónica e cortado um bolo gigante oferecido pela famosa Padaria Ribeiro, do Porto… mas de um alvarenguense. Em simultâneo foi exibido um filme que retratava a vida de missão do padre Agostinho Sousa. PB