Os cemitérios são para os mortos, mas também para os vivos, enquanto local de memória. Por isso são constantemente visitados por familiares e amigos das pessoas que lá foram sepultadas.
Nessas deslocações os visitantes vão rever os seus entes queridos, nesse grande “livro aberto” que são as sepulturas, com as suas lápides, que nos transmitem os bons e os menos bons momentos passados com aqueles que aí estão sepultados.
O silêncio dos cemitérios por vezes torna-se um bálsamo para os vivos, que aí procuram um certo recolhimento, que muito nos faz pensar sobre o sentido da vida que vivemos…
Por tal motivo, era uma falta escandalosa que o nosso cemitério não tivesse as condições mínimas, que nos tempos actuais se impõem, para que os vivos possam usufruir desse espaço, como a inexistência de umas casas de banho.
A Câmara Municipal está a proceder, e bem, a obras no mesmo, para que essas lacunas sejam sanadas.
Além das casas de banho, também foram colocados alguns bancos. A medida é muito acertada, pois já se nos deparou em diversas ocasiões que, principalmente as pessoas mais idosas, tenham que levar de casa um pequeno banco, ou então se sentavam na beira de alguns jazigos, que pela sua construção proporcionassem a isso.
Em relação às casas de banho, o local escolhido não foi o melhor, assim como a sua edificação. Dentro do recinto do cemitério as mesmas não deviam ser erigidas. À primeira vista mais parece uma capela. Não se enquadra nada na área envolvente. Naquele local, se alguma coisa houvesse para destacar, seriam as sepulturas e não as casas de banho. As mesmas ficam muito a destoar no local.
Mais apropriado seria o espaço junto ao parque de estacionamento, fora do recinto do cemitério, com a entrada pela via pública que desce para os lados de Sub-Ribes.
Os visitantes, quando se deslocam de automóvel (alguns de grandes distâncias), a primeira coisa que procuram são umas casas de banho para satisfazer as suas necessidades fisiológicas. Nada mais acertado que tivessem, antes de entrar no dito recinto, as casas de banho.
De certeza que não era esta a solução que os arouquenses esperavam. A própria construção mais parece de uma estrutura ambulante. Ficou ainda a faltar aquilo que no século XIX ficou prometido: uma capela mortuária.
Mas, apesar de tudo, as obras só pecam por tardias. Mas como diz o povo, mais vale tarde do que nunca…
Alberto de Pinho Gonçalves