Como é que os arouquenses vão festejar a quadra Natalícia

Com a chegada dos meses de novembro e dezembro, Arouca prepara-se para a quadra natalícia, enchendo as ruas com luzes e ornamentos. Igualmente, as famílias arouquenses também se preparam para celebrar o período das festas.

Nesta reportagem o DD falou com algumas pessoas da região relativamente ao que estas estão a planear fazer, e como costumam passar este período do ano.

A noite de Natal

Marta Oliveira, de 22 anos de idade, planeia, “como é costume”, celebrar a consoada com os seus avós maternos, porém espera que a casa esteja um pouco mais cheia este ano, pois também a família do tio irá passar a noite com ela, o que tornará o Natal de 2023 um pouco mais “trabalhoso e recheado”.

A jovem nunca passou este período de festas longe da família e agora, mesmo com uma vida profissional e a oportunidade de ir para fora, ela diz não ter intenções de o fazer, referindo também que a carga de trabalho devido às atividades natalícias faz com que seja quase impossível que ela tire férias em dezembro.

Acredita que, comparando com a sua infância, o natal perdeu um bocado a “magia” que tinha antes. Relembra que há dois anos atrás só montaram a árvore de natal no dia 24, “para não parecer mal”, mas também refere que, no que toca às prendas e comida, tudo é preparado com antecedência, pois no natal “não pode faltar” os doces tradicionais, como rabanadas, bilharacos e arroz doce.

Relativamente a prendas, por norma, só oferece às pessoas mais próximas, como os amigos mais chegados e a família, que passa o dia com ela, referindo dar sempre algo extra “à prima”.

Por sua vez, com 50 anos, José Manuel, diz dar bastante importância à época, tirando férias do trabalho e preparando a ceia em família, além de não faltar alguns pequenos presentes para todas as pessoas mais próximas. Costuma passar a consoada em família, mas refere que em 2023, provavelmente, será bastante diferente do habitual, devido à recente perda do seu pai.

Já para Elisa Tavares, de 63 anos de idade, é normal alternar o local onde passa o Natal, entre a sua casa, em Arouca, e a casa da sua filha, em Lisboa. Este ano o local escolhido será Arouca. Mas, independentemente do sítio, o princípio seria sempre o mesmo, “reunir e conviver com toda a família”.

No passado, Elisa já passou a quadra fora de Portugal, pois tem irmãos no estrangeiro, referindo que não existe nada melhor do que passar o natal “no país da neve e dos chocolates”. Adora a época natalícia, porque é um tempo em que todas as ruas, lojas e casas se encontram decoradas e iluminadas, e dá uma grande importância à mesma, começando a decorar a sua casa já no primeiro dia do mês, onde depois se irá reunir com toda a sua família, ou por videochamada, com quem vive mais longe.

Elisa Tavares refere também que é uma época em que se gasta bastante, não só devido aos preços dos produtos tradicionais, que têm vindo a aumentar, mas também por serem uma família com nove elementos, o que faz com que o preço das prendas, que são distribuídas não só para os familiares presentes, mas também para os que não conseguiram aparecer, possa ser um pouco alto.

Considerações sobre o Natal

Todos os entrevistados acreditam que os meses que antecedem o Natal são atormentados por um capitalismo e consumismo excessivo, com pessoas por vezes a gastar mais do que o que devem, porém também acreditam que a maioria das pessoas conseguem ver para além disso.

Marta Oliveira refere também que, não são só as publicidades de brinquedos e perfumes que aumentam na televisão, mas também as campanhas solidárias, sendo que a ajuda que se dá às mesmas é dependente da consciência de cada pessoa. Também refere que a época natalícia é aproveitada por várias famílias para se juntarem, quando, normalmente poderiam não ter a oportunidade de o fazer.

Já Elisa Tavares diz que o Natal é uma época que muita gente, incluindo ela mesma, aprecia, pois representa também o convívio, a partilha de alimentos e tradições e a solidariedade, mas refere que as pessoas não devem esperar até ao Natal para serem solidários, a solidariedade deve ser algo praticado ao longo de todo o ano, porque as pessoas mais necessitadas não precisam de ajuda apenas em dezembro. Não obstante não desacredita quem o faz apenas durante o Natal, porque sempre é melhor do que nunca fazer nada.

Texto:Nuno Pinto

Marta Oliveira

 

Elisa Tavares

 

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