«Queridos pais: A Escola Secundária de Arouca está neste estado…toda esburacada! Estou indignada…»

Em setembro de 2012 o empreiteiro «Costeira – Engenharia» anunciava na sua página na internet que a obra da “Escola Secundária de Arouca estava concluída”. Meia dúzia de anos depois uma docente daquela escola colocava algo surpreendente na sua página no Facebook: «Queridos pais: A Escola Secundária de Arouca está neste estado…toda esburacada! Estou indignada…». A acompanhar esta declaração estão meia dúzia de fotos. As reações não se fizeram esperar nessa rede social. Entre críticas ao construtor, aos alunos e alguma ironia, há por ali muita indignação.

Falta de educação e civismo. É triste!”, regista uma das respostas – mecanismos que o Facebook possibilita – para depois uma das professoras daquela escola lembrar que “já está assim há muito tempo. Tenho saudades é do tempo em que os alunos tinham educação”. As reações são similares.

Era saber quem foram os alunos e mandar os pais pagar a conta! No mínimo!” – defende outro utilizador.

Mas porque é que não falamos do projeto? Quem é que se lembra de construir uma escola com ETICS (vulgo capoto) sem colocar uma proteção até à altura dos alunos? Toda a escola deveria levar um revestimento cerâmico ou outro até +/- 1,5mts altura para que isto não acontecesse. Agora, para ficar mais barata ficou o esferovite à mercê das mãozinhas dos alunos. E pergunto mais, será que no projeto inicial não existiriam por ali uns lambrins que depois no decorrer da obra não foram executados? – interroga-se um dos “participantes” para depois alguém lembrar que a requalificação custou 13 milhões.

Estamos a educar (?) os futuros decisores!” – interrogava-se um dos internautas – para logo alguém defender que “o mal tem de ser atacado pela raiz”. “Perdem-se valores e não se faz nada!”, “Lamentável”, “muito mais do que um mau projeto ou contenção de custos na sua execução, é a ausência de valores na maioria dos alunos, sim” – são algumas das considerações registadas com alguém a lembrar: “Incrível! Nem a velhinha nos anos que esteve em pé chegou a esse estado lastimável!”

Deviam apanhar quem fez este trabalho e obrigá-los a pagar, os alunos agora não tem respeito pelos professores nem pelos funcionários, devia ser como há alguns anos, havia respeito senão éramos castigados” – referia ainda um dos “facebookianos”.

De referir que esta escola beneficiou do Programa de Modernização das Escolas destinadas ao Ensino Secundário (PMEES), que visou “a requalificação das infraestruturas escolares e a implementação de um sistema abrangente, sistemático e duradouro de manutenção e gestão das respetivas instalações”.

Em 2008 foi criada a Parque Escolar, E.P.E., entidade pública empresarial responsável pelo planeamento, gestão, desenvolvimento e execução do PMEES, objeto que vem desenvolvendo nos termos do Contrato-Programa que celebrou com o Estado Português.

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