Lions Clube de Arouca: mais de 32 anos de serviço em prol da comunidade

Fundado a 2 de maio de 1989, o Lions Clube de Arouca foi apadrinhado pelo Lions Clube de Oliveira de Azeméis, tendo-lhe sido entregue a carta constitutiva a 25 de junho de 1989. Foram 15 os seus fundadores.

A 27 de Setembro de 1996, o Lions Clube de Arouca assinou o protocolo de cooperação com a Segurança Social de Aveiro para o funcionamento de um ATL na freguesia de Moldes, mais propriamente no lugar de Ponte de Telhe.

A 12 de Fevereiro de 2000 fundou-se em Arouca o Leo Clube de Arouca, ligado pelo código de ética e objectivos ao Lions Clube de Arouca e constituído por 14 jovens arouquenses.

O Lions Clube de Arouca faz parte do Lions Clubs International que conta atualmente com 47.000 Lions Clubes, onde 1,4 milhões de homens e mulheres servem localmente as comunidades em que estão inseridos, constituindo assim a maior organização de serviço no mundo. Em Portugal, o Lions Clube de Arouca é um dos 37 Clubes do Distrito 115 Centro Norte, com um total de 1.203 associados.

Em tempo de pandemia, o Discurso Directo falou com João Fonseca, presidente do Lions Clube de Arouca, no sentido de perceber como tem decorrido a atividade da organização, bem como as dificuldades sentidas e objetivos para o futuro.

Discurso Directo (D.D.): Como tem corrido o seu mandato?

João Fonseca (J.F.): Todos os anos é eleita uma direção a quem cabe, como é óbvio, a responsabilidade de implementar as diferentes atividades do Clube, previamente aprovadas, em assembleia geral. A atual direção foi eleita a 28 de Junho de 2020, para um mandato de um ano pelo que terminará no dia 30 do próximo mês (ano lionístico 2020-2021).

Como todos temos sentido este tem sido um ano deveras atípico, em plena pandemia com dois confinamentos gerais os quais, na prática, nos impediram de concretizar algumas atividades que habitualmente realizamos como é o caso dos convívios e assembleias, bem como outras abertas à comunidade como palestras e encontros sobre várias temáticas que constam do nosso plano de ação.

D.D.: Quais foram e são as suas principais linhas de ação e objetivos que pretende alcançar?

J.F.: As principais linhas de orientação do Lions Clube de Arouca são sustentadas, basicamente, por dois pilares: melhorar a organização interna, reforçar o seu quadro social e a sua representação e imagem; prosseguir e, se possível, aumentar a prestação de serviço à Comunidade com ações em diversas áreas de atuação, tais como: dádivas de sangue, alívio à fome (recolha de alimentos), serviços ao meio ambiente (como o cuidar da floresta), consciencialização acerca da diabetes, conservação da visão (recolha de óculos usados e rastreios de visão) e cancro pediátrico. Para que estas ações sejam efetivamente concretizadas contamos com a colaboração e a parceria de outras instituições ou privadas.

D.D.: Quantos elementos tem o Lions Clube de Arouca e de que forma estão distribuídos?

J.F.: O Lions Clube de Arouca tem atualmente 25 associados (12 Companheiras e 13 Companheiros). Parte deles(as) são membros dos órgãos sociais do Lions Clube: Direcção, Assembleia Geral e Conselho Fiscal. Eles são a vida e a imagem do Clube, no plano da sua vida familiar, profissional e social, cujo código de conduta (Código de Ética do Lionismo) se deve pautar pela defesa de valores humanitários e de solidariedade.

D.D.: Uma das vossas principais ações são as Dádivas de Sangue. Como têm corrido essas iniciativas? Têm adesão da população?

J.F.: As dádivas de sangue são, sem dúvida, a atividade mais visível do Lions Clube de Arouca desde a primeira hora, em parceria com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação, nomeadamente os Centros Regionais de Coimbra e do Porto. Contamos com a colaboração de várias entidades, instituições e associações, nomeadamente com os senhores párocos que nos permitem difundir esta meritória iniciativa e os senhores presidentes das diferentes Juntas de Freguesia do concelho que nos cedem espaços para que seja possível realizar esta ação em prol de todos quantos, todos os dias, precisam de um bem que é insubstituível, como é o sangue. Doar sangue, uma parte de nós mesmos, é e será, sem dúvida uma das melhores formas de altruísmo que podemos realizar.

As recolhas de sangue que são realizadas ao longo do ano resultam de um planeamento acordado entre o IPST e o Lions Clube de Arouca em 14 das freguesias do nosso concelho. Para planear e coordenar esta ação, desde a sua divulgação e publicitação, até à organização das colheitas de sangue nos locais pré-estabelecidos em espaços cedidos para o efeito nas diversas freguesias, o Clube tem tido, ao longo do tempo e já faz tempo, um Assessor dedicado, o Prof. José Quaresma. Contamos, ainda, com a ajuda de colaboradores em todas elas.

É com muita satisfação que verificamos a presença de novos dadores, sobretudo jovens, que já representam cerca de 10% das presenças.

Embora tenhamos de reconhecer que as colheitas que ocorrem em dias de semana (o planeamento é da responsabilidade do IPST, IP), no horário das 16h às 20h, nem sempre seja o mais adequado sobretudo para quem regressa a casa ao fim de um dia de trabalho. Mas, mesmo nestas circunstâncias, podemos dizer que as dádivas de sangue estão a correr muito bem, em linha com os resultados a nível nacional. Cremos que é positiva a adesão da população que se reflete no número de presenças e colheitas.

Aproveitamos para informar que a próxima colheita de sangue se realiza no dia 20 de junho, domingo, em Arouca, nas instalações do quartel dos Bombeiros Voluntários, das 9h às 12h30.

Recordamos que para ser dador de sangue deve ter entre 18 e 65 anos de idade e ser uma pessoa saudável.

D.D.: Quais são as maiores dificuldades da associação?

J.F.: Neste momento, a maior das dificuldades que temos é não podermos dispor de um espaço próprio e condigno para realizarmos as nossas reuniões e assembleias, bem como para desenvolvermos as nossas atividades. Atualmente dispomos apenas de um reduzidíssimo espaço nas instalações da antiga junta de freguesia do Burgo que o Lions Clube partilha com outra associação. Esperamos que a breve prazo possamos ter uma sede própria à semelhança do que já foi concedido a outras instituições do concelho. Confesso que seria a prenda merecida pelo mérito alcançado ao longo de mais de 32 anos de serviço em prol da comunidade.

D.D: Quais são os objetivos para o futuro?

J.F.: Os objetivos para o futuro passam obviamente por servir mais e melhor de acordo com as metas do lionismo que podemos sintetizar na expressão “Nós servimos”. Para concretizarmos esta dinâmica de serviço precisamos de ter os meios humanos e materiais. O Lions Clube de Arouca vive do voluntariado dos seus associados e das contribuições/quotas de cada um. E é com todos e cada um que contamos para continuarmos a promover ações de serviço, que vão desde as recolhas de sangue às campanhas de solidariedade, como a recolha de alimentos em prol de famílias carenciadas.

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