Lara Guedes de Pinho, arouquense, professora e investigadora da Universidade de Évora, apresentou, a convite do Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, o estudo que coordena, “Saúde Mental dos Estudantes do Ensino Superior”, no lançamento do Programa para a Promoção de Saúde Mental no Ensino Superior, decorrido no dia 24 de outubro, no teatro Thalia, Lisboa.
Na sessão a docente reforçou que este estudo se encontra citado no Programa para a Promoção da Saúde Mental no Ensino Superior, afirmando na sessão, que “75,6% dos estudantes apresentaram sintomas de ansiedade, sendo que destes, um em cada três participantes (37,8%) manifestaram sintomas moderados a graves de ansiedade, 61,9% referiram sintomas depressivos, 23,4% sintomas depressivos ligeiros e 38,5% moderados a graves.” No local esteve também Ana Catarina Mendes, Ministra-Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Margarida Tavares, Secretária de Estado da Promoção da Saúde, e de Elvira Fortunato, Ministra de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
A arouquense salientou a importância da criação de um “modelo de promoção da saúde mental dos estudantes universitários que seja transdisciplinar e centrado no estudante, querendo isto dizer que o estudante participa na tomada de decisão, e é um agente ativo no desenvolvimento e implementação dos programas promotores de saúde mental”.
O Programa da Saúde Mental no Ensino Superior é financiado e promove a “implementação de projetos na área de saúde mental e bem-estar apoiando as instituições na criação de uma resposta adequada às crescentes solicitações da comunidade académica, nas áreas de desenvolvimento pessoal. Pretende também “reforçar as respostas existentes ao nível das instituições de ensino superior na promoção da saúde mental” destaca o Ministério, que tutela a ciência e o ensino superior no nosso país”. Além disto tem uma dotação total de 12 milhões de euros.
Ao DD a investigadora reforçou a importância “de se avaliar a saúde mental nos serviços de saúde, a todas as pessoas, tal como se avalia a dor ou a tensão arterial, pois qualquer situação de doença causa ansiedade e medo podendo levar a sofrimento mental”. Além disto, esclareceu que no estudo que coordena quase “75% dos estudantes referiram que se necessitassem de ajuda recorreriam à conversa com os amigos, pelo que é importante capacitar os pares para a ajuda em saúde mental, e o reconhecimento de sintomas”. Apenas “25% referiram que procurariam o acompanhamento psicológico da Universidade, sendo importante que além das Universidades também os cuidados de saúde primários, recurso de proximidade, tenham especialistas em saúde mental”, finalizou.
Fonte e foto: Universidade de Évora