Gonzalo García: “Sinto que nós não quisemos ganhar”

Em jogo a contar para a 9ª jornada da Liga Portugal, o FC Arouca deslocou-se ao terreno do Estoril e, mesmo tendo começado a ganhar, à medida que o tempo foi avançando, a equipa foi-se desligando do jogo. Ao contrário do adversário, sedento por pontos, ligou-se à corrente e deu a reviravolta.

4-1 foi o resultado final, com o registo de Gonzalo García ao comando do FC Arouca a manter-se negativo em termos de resultados: em 10 jogos (contando com o da Taça), registam-se três vitórias, um empate e seis derrotas. A diferença de golos também se apresenta negativa, com 10 golos marcados (5 se olharmos apenas para a Liga) e 17 sofridos (todos estes no campeonato).

Após a partida, na sala de imprensa do Estádio António Coimbra da Mota, o treinador do FC Arouca considerou que, depois do 0-1, a equipa do Arouca deixou de ter concentração e agressividade: “Penso que começamos bem, a fazer o nosso trabalho e o que tínhamos pensado, com o controlo da bola, agressivos na pressão. Tivemos um par de ocasiões e fizemos o golo. Começamos a jogar sem concentração, a perder o posicionamento, cometer erros em passes fáceis e a dar vida ao Estoril. A verdade é que eles (Estoril) lutaram, trabalharam, quiseram ganhar mais do que nós, mas sinto que nos faltou agressividade, disciplina, posicionamento. Faltaram bastantes coisas a partir do 0-1, porque até esse momento penso que estivemos bem. Quando começamos a segunda parte, penso que começamos mais organizados, tivemos outra vez ocasiões, momentos para fazer o 2-2. Num canto sem agressividade da nossa parte, fazem o 3-1 e a partir daí é bastante mais difícil.”

Do momento do 3-1 em diante, não haviam indícios de que o resultado se pudesse alterar, devido à falta de oportunidades de perigo. Até que, aos 78 minutos, o FC Arouca obteve uma grande penalidade, que Jason não conseguiu converter. Gonzalo García não lamentou essa oportunidade, tendo referido várias oportunidades anteriores, e confessou que sentiu que a sua equipa não quis ganhar o jogo.

“Tivemos ocasiões antes, mas se marcássemos esse penálti, os últimos 10/15 minutos seriam difíceis para o Estoril. Creio que esse lance seguramente acabou por matar-nos hoje. O certo é que, tirando isso, sinto que nós não quisemos ganhar”, apontou o técnico uruguaio.

Momentos antes da conferência pós-jogo, Ivo Rodrigues tinha visão e discurso semelhantes ao do seu treinador: “Começamos sempre bem os jogos, inclusive já não é o primeiro jogo que começamos a ganhar e depois, não sei o que se passa depois do golo. Continuamos a dar muitas bolas, a facilitar, quando nestes jogos sabemos que temos de guardar a vantagem com unhas e dentes. Mais uma vez, não o fizemos. (…) O resultado não espelha o que foi o jogo, mas agora há que ver os erros, que cometemos muitos, e melhorar. (…) Um jogador do Estoril, o defesa esquerdo, devia ter sido expulso, mas isso são outros quinhentos, nós temos de fazer o nosso trabalho. Temos que realmente melhorar no que temos a melhorar e, no que somos bons, continuar a fazer. A realidade da tabela diz-nos que estamos lá em baixo e temos de acordar para a vida!”

Agora certamente será altura de afinar processos e recuperar baterias e ânimo, já que a próxima sequência de jogos para a Liga é de extrema dificuldade:

3 de Novembro, às 18 horas, FC Arouca x SC Braga, 10ª Jornada

9 de Novembro, às 18 horas, Famalicão x FC Arouca, 11ª Jornada

1 de Dezembro, às 18 horas, FC Arouca x Benfica, 12ª Jornada

Texto: Simão Duarte

Foto: Sofia Brandão

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