Pelas 18h00 do próximo domingo, o FC Arouca recebe o SC Braga em partida a contar para a 10ª jornada da Liga Portugal. O encontro de amanhã marca a estreia oficial de Vasco Seabra como treinador dos Lobos de Arouca. Recorde-se que, poucos dias após a derrota por 1-4 frente ao Estoril, Gonzalo García foi despedido.
O histórico de confrontos entre as duas equipas mostra uma clara vantagem dos bracarenses, que venceram 12 dos 17 encontros disputados. Registam-se ainda 4 empates e 2 vitórias para os arouquenses, uma delas conquistada na temporada passada, dias após a oficialização da saída de Daniel Sousa precisamente para o SC Braga.
Na primeira conferência de imprensa desde o anúncio, em que “ambição” foi das palavras mais usadas, Vasco Seabra revelou os motivos que o levaram a aceitar a proposta da direção arouquense, falou sobre o adversário e deixou também uma mensagem para os sócios, adeptos e simpatizantes do FCA. Estes foram alguns dos temas abordados:
“Foi uma motivação muito grande pela forma como as pessoas do FC Arouca falaram comigo, pela ambição que demonstraram e que o clube tem tido nos últimos anos, a forma como se tem reerguido e a ambição que tem demonstrado nos campeonatos que tem feito. Nós (equipa técnica) não prometemos nada em termos de resultados, porque não os controlamos em absoluto. O FC Arouca, nos últimos dois anos, conseguiu ficar sempre na primeira metade da tabela, sempre com valorização de jogadores, de uma determinada forma de jogar, um perfil de jogadores que se identifica com aquilo que queremos construir e fazer. Sentimos que era um desafio que queríamos agarrar, que podia ser uma coisa muito interessante se feita em conjunto. Muita vontade de fazermos um bom campeonato e de procurarmos, jogo a jogo, jogarmos no nosso limite, mostrarmos a raça que esta região tem sempre e acrescentando aos paradigmas dos jogadores e ao que a equipa tem em termos de perfil”
“É muito pouco tempo para trabalhar, mas temos uma confiança muito grande nos nossos jogadores, naquilo que eles são capazes de fazer com e sem bola. Estamos a passar ideias, o processo é lento, mas não queremos agarrar-nos a desculpas, queremos agarrar-nos àquilo que conseguiremos fazer. Sabemos que vamos ter um adversário que tem um plantel recheado de bons jogadores, com um bom treinador, portanto, um adversário muito difícil, mas cria também uma ambição muito grande de poder defrontar já uma equipa muito capaz, ver como nos vamos conseguir desafiar e bater-nos com tudo o que temos. Sabemos que vamos ter de correr muito, também queremos dominar o jogo quando assim o conseguirmos, e essencialmente jogarmos para a baliza do adversário.
“Antes de mais, dar uma palavra ao Gonzalo, que saiu e obviamente há coisas muito bem feitas para trás que queremos aproveitar. A equipa tinha um processo muito rico, por isso nós queremos aproveitá-lo e procurarmos dimensionar e trazer para aquilo que é a nossa forma de jogar, as nossas ideias. Queremos ser, porventura, um pouco mais afoitos, chegarmos um pouco mais rápido à baliza. Em termos globais, mais do que sistemas, queremos princípios. Sentimos que temos jogadores capazes de fazer diferentes posições, de podermos alternar sistemas dentro de jogo e sentimos também que temos jogadores com conhecimento tático em que podemos fazer essas variações para podermos causar diversidade e tentarmos dar cabo do adversário (risos). Neste momento, estamos a tentar agarrar-nos a tudo aquilo que era positivo e trazendo já coisas que queremos que sejam diferentes. Em termos de sistema (esquema tático), vou deixar para o (Carlos) Carvalhal esperar pelo início do jogo, para ver se o conseguimos surpreender.”
“Temos uma convicção de que já vamos conseguir apresentar algumas coisas que fomos passando. A absorção das ideias foi rápida, a equipa entregou-se com muita determinação, toda a gente com espírito coletivo muito positivo. Esta primeira fase é uma fase de namoro, de lua de mel. A chegada de um novo treinador traz sempre novas energias, aquilo que queremos é que estas energias perdurem e possam aumentar semana após semana, em vez de trazer alguma acomodação. Sabemos que temos um grupo com uma abertura muito grande, que quis ouvir-nos, sempre muito disponível para o que fomos passando. Provavelmente vamos ter momentos de dificuldade, que temos de nos agarrar todos juntos, trabalhar muito.”
“Obviamente que ficar na Primeira Liga é o objetivo primordial e tem que ser atingido e temos uma confiança muito grande de que o vamos atingir. O clube está a fazer, e eu tenho que reconhecer isso, que quando cheguei senti as diferenças que o clube tem internamente para a melhoria daquilo que são as condições de trabalho para os jogadores e para os treinadores. Portanto, que essa ambição possa ser acompanhada daquilo que também é a nossa ambição, de cada lugar acima é um lugar melhor. Não nos pediram classificação em particular, pediram-nos muito empenho, muito trabalho, muita dedicação. Trazer valores que sentimos que são também da vila do Arouca, da forma como se dimensiona e a forma como tem essa raça e essa determinação para conquistar as coisas, e é nesse trabalho que temos vindo a fazer.”
“Nós sentimos esta responsabilidade positiva de treinar um clube que tem esta alma, esta determinação, vontade de crescer, de ser uma vila que se mostrou para o futebol e também depois no panorama nacional, inclusivamente internacional. Quanto mais nos aproximarmos das pessoas, dos sócios, daqueles que nos querem bem, quanto mais quisermos bem uns aos outros, sentimos que juntos vamos conseguir produzir melhores resultados e melhores decisões.”
Matías Rocha, Kouassi e Galovic são ausências certas (este último por muito tempo, segundo Vasco Seabra) para o encontro, a iniciar-se às 18h00 do próximo domingo, e que contará com arbitragem de Ricardo Baixinho.
Texto e Foto: Simão Duarte