No final da derrota contra o Farense (1-2) e consequente eliminação da Taça de Portugal, o treinador do FCA, Vasco Seabra, mostrou-se desagradado com a atitude da sua equipa. Na sala de imprensa do Estádio Municipal de Arouca, o técnico efetuou a sua análise à partida, declarou o que faltou à equipa, especialmente no ataque, e explicou o que se sucedeu na sua expulsão.
Estes foram alguns dos temas abordados na conferência pós-jogo:
O que faltou ao Arouca e a análise ao encontro
“Faltou sermos altamente competitivos desde o primeiro minuto até ao último. Demos a primeira parte de borla, não fomos fortes quanto desejamos ser e demos um passo atrás em relação àquilo que vínhamos a fazer. Temos que forçosamente olhar para a segunda parte com olhos e ver e perceber que somos capazes, e temos que olhar para a primeira parte com olhos de muito ver e perceber que não podemos dar um milímetro que seja de relva, atitude, postura….
Obviamente que isso tem a ver comigo, enquanto treinador, que tenho que conseguir que a equipa consiga durante todo o jogo ser altamente competitiva, capaz e capaz de competir. Aceitamos sempre, com tristeza e frustração, perder. O que não aceitamos é não lutar. Valorizar a postura da segunda parte e a proatividade que a equipa teve na segunda parte.”
O que faltou no ataque
“Faltou meter a bola lá dentro. Na primeira parte, acho que fomos justamente a perder para o intervalo. Acho que na segunda parte realmente merecemos, pela quantidade de oportunidades e de volume de jogo que tivemos no último terço, capacidade para podermos empatar, até porque temos várias situações, inclusive isolados.
Penso que era justo termos conseguido mais um golo que nos levasse para prolongamento, mas essencialmente nós temos que olhar muito para nós. Independentemente de não termos conseguido empatar o jogo, não podemos permitir é que o adversário nos faça dois golos, e não tirando mérito ao Farense porque trabalha para isso, mas não podemos permitir que, de forma tão simples, o Farense nos faça dois golos.
É mais um sinal de crescimento que temos ter, mas o comboio está a andar. Nós temos muita qualidade, eu acredito mesmo muito nos meus jogadores, temos uma equipa forte, capaz, mas temos que estar todos alinhados, sabemos para onde queremos ir e nunca darmos nada de borla aos outros.”
Poderia ter mexido mais na equipa, até pela questão da competitividade
“A competitividade é ganha todos os dias, no treino, na forma como competem, como mostram que querem fazer as coisas. Quando o merecimento de jogar chegar, têm de mostrar que estão preparados para ele.
A verdade é que nós fizemos duas alterações (saídas de Sylla e Danté por Fukui e Quaresma) que tiveram que ver com os jogadores só chegaram ontem ao treino e sentíamos que não estavam completamente ligados para aquilo que nós tínhamos vindo a fazer. Os restantes competiram e vão nos dando mostras. Amanhã é folga, depois começa uma nova semana, nova vida para toda a gente. Começam novamente todos do zero e têm de competir outra vez para ver quem é que vai a jogo com o Benfica. Todas as semanas um novo processo e os jogadores sabem que eu acredito muito neles.”
A sua expulsão
“Não gosto de aumentar ainda mais o que pode ser um eventual castigo. A única coisa que me faz confusão é nós sentirmos que é um jogo de emoções. Não tratei mal nenhum árbitro, não é meu hábito destratar um elemento que está no jogo. Obviamente tive uma reação porque me parecer haver um fora de jogo, uma reação perfeitamente normal e natural num jogo de futebol. Acho que foi altamente exagerado.”
Texto e Foto: Simão Duarte