É certo que, para a grande generalidade dos adeptos do FCA, pode parecer difícil ver a luz ao fundo do túnel, visto que não vencemos para a Liga desde 22 de setembro (há 7 jornadas). Para mim também o é, acreditem, mas a vitória vai aparecer quando finalmente for possível corrigir quase totalmente o errado e insistir no correto.
No meu entender, o que separa o errado do correto atualmente? Bem, de errado, cabe à equipa corrigir o aspeto anímico, o qual tem deixado a desejar e até transformado bons resultados em maus – como no caso do último jogo, contra o Estrela. Torna-se difícil ver um jogo em que a equipa tem uma postura correta durante os 90 minutos, como foram os casos dos jogos contra Braga e Benfica, e depois não conseguir dar a devida sequência a isso. Pode parecer difícil de se acreditar, mas, acreditando que o nosso técnico tem insistido nesse pormenor, só o tempo ditará quando é que a postura correta será a norma e não a exceção. O simples facto do clube ser de uma pequena vila e estar a jogar no mais alto patamar do futebol português, lutando contra clubes de cidades grandes, é motivante o suficiente para lutar do primeiro ao último minuto.
Voltando ao Estrela, apesar do descalabro no segundo tempo, houve algo de bom que aconteceu: a entrada de Henrique Araújo para o centro do ataque, o que provocou o regresso do Trezza à ala. Eu percebo que a velocidade do uruguaio seja tentadora o suficiente para coloca-lo como referência para explorar a profundidade no centro do ataque, mas temos que perceber que o físico deste, quando se opõe contra centrais altos e/ou com um bom físico, não é suficiente para vencer os duelos, acabando por perder a bola. Além disso, falta-lhe a tão badalada “veia goleadora” de que um ponta de lança se alimenta. Acredito que, com Henrique ao centro e Trezza na ala, o ataque possa finalmente começar a dar frutos sumarentos.
Por fim, não posso deixar de escrever umas palavras acerca da reportagem jornalística que efetuei para esta edição do jornal, a qual muito me orgulhou. Ter falado com Artur Melo, Manuel Matos Sousa e José Augusto, três figuras emblemáticas da história do futebol arouquense, cada uma à sua maneira, e poder escrever artigos sobre as longas e interessantíssimas conversas sobre o passado que tive com eles fizeram com que me emocionasse durante a escrita destas. Porque o Arouca é um amor que não começou há dois dias e não irá certamente continuar muito mais tempo num lugar a que não pertence, o fundo da tabela!
Crónica de opinião publicada a 13 de dezembro