Pelas 15h30 deste domingo, dia 15 de dezembro, o FC Arouca vai defrontar no Municipal de Arouca o Santa Clara. Os dois emblemas vivem realidades bem distintas: os arouquenses estão em último lugar e ainda sem vencer desde a chegada de Vasco Seabra, já os açorianos, em quarto lugar, são a equipa-revelação do campeonato, estando provisoriamente a apenas seis pontos do líder.
Apesar do momento de forma atual, o histórico de confrontos é animador para o FCA, pois nos 14 duelos entre ambos, há clara vantagem para os canarinhos de Arouca, devido às sete vitórias e cinco empates, registando-se apenas duas vitórias para o Santa Clara e todas nos Açores. Isto é, o Santa Clara, a par com Farense, AFS, Estrela da Amadora, Famalicão, Nacional e Gil Vicente, nunca venceu em terras de Santa Mafalda para a Primeira Liga.
Na conferência de antevisão à partida, o treinador Vasco Seabra analisou o adversário, abordou o estado de espírito do plantel arouquense e falou ainda da saída de Ivo Rodrigues (o qual, de acordo com a imprensa desportiva, saiu do clube devido a um desentendimento com a direção do clube) e do próximo mercado de transferências. Estes foram alguns dos temas abordados pelo técnico:
– Análise ao adversário
“Uma equipa muito boa, já com muitas rotinas da época transata, muito competente nos diferentes momentos do jogo, em termos defensivos e ofensivos. É uma equipa que sofre muito poucos golos, por isso, do ponto de vista defensivo, sabe posicionar-se de duas formas muito distintas, quando as construções (de jogo) são a três ou a dois. Uma equipa que é muito difícil de contrariar no momento de transição. Na primeira e segunda bola são muito agressivos. Sabemos que vamos ter um adversário difícil, mas nesta fase, mais do que são os adversários, tem muito a ver connosco.
Fizemos uma primeira parte fantástica no Estrela e depois com alguma vontade que o jogo acabasse mais para podermos trazer os três pontos, porque o nervosismo natural da vitória fugir há muito tempo, faz com que a equipa sinta essa ansiedade de ganhar o jogo o mais rápido possível. Confiamos muito nos nossos jogadores, no que é o processo, que sentimos estar cada vez mais consistente. É neste caminho que queremos seguir, muito focados em nós, sabendo que temos um adversário de muito valor pela frente em que temos de competir no máximo. Mas mais do que estar a competir com os outros, temos de olhar para nós, muito confiantes naquilo que somos capazes, independentemente dos resultados, e ir atrás desses resultados, sabendo que a estrelinha vai passar para o nosso lado, quanto mais a gente batalhar para que ela fique do lado de cá”
– Estado atual anímico da equipa
“Ficamos muito muito frustrados (com a derrota frente ao Estrela), não vou esconder isso. O final do jogo e o dia seguinte foram dias difíceis, de sofrimento, porque temos de lamber as feridas, mas temos de nos levantar. Só temos esse caminho, não temos outro, temos um caminho muito grande para fazer. Acreditamos muito que temos a capacidade e a convicção de que temos capacidade para superar esse desafio e para acreditarmos naquilo que estamos a fazer. Sofremos, levantamos, e o decorrer da semana já foi com entusiasmo e alegria novamente e com uma vontade muito grande de que o jogo chegue o mais depressa possível.
Quando se tem esta ansiedade e falta de resultados, quando a gente não ganha, quer competir o mais rápido possível. Vamos competir amanhã e trazer essa energia toda, junto com os nossos adeptos, para conseguirmos no final estarmos bem.”
– Saída do Ivo Rodrigues
“São assuntos internos, que já foram comunicados pela administração. O Ivo, sempre que esteve cá, trabalhou bem, foi escolha em muitos dos jogos. O grupo todo lhe deseja as maiores felicidades. As coisas que aconteceram foram internamente, até pelas vontades de que ele pudesse abandonar. Isso não trouxe peso nenhum ao balneário, pois sabemos que internamente temos uma estrutura e grupo muito forte e unido e dar continuidade ao que queremos fazer”
– O momento de forma tem gerado uma crescente contestação da massa adepta. Agora, mais do que nunca, é necessária a união no apoio à equipa?
“Nós já temos muita gente que nos quer ganhar. Todos os outros estão contra nós, por isso, nós temos de nos agarrar uns aos outros. Quanto mais nós nos desviarmos do nosso caminho, que tem de ser junto, comum, menos sucesso acabamos por ter. Aqui não há ninguém que não trabalhe no seu limite e nós ganharmos ou perdemos jogos não implica que sejamos mais ou menos competentes. Sentimos que precisamos desse apoio dos adeptos, que estejam connosco, que nos apoiem o máximo que conseguirem e puderem. Nós sabemos que os resultados vão chegar e que juntos vamos festejar mais vezes do que as que vamos sofrer”
– No ano passado, o Arouca tinha unidades muito determinantes no sucesso da equipa. Atualmente, fica a ideia de que faltam unidades preponderantes para decidir jogos. Pode perspetivar que o mercado de inverno possa ser uma solução para trazer à equipa algo que não está a aparecer agora?
“Não há nenhuma equipa perfeita no mundo, não existe. O Manchester City, nos últimos seis/sete jogos, acho que ganhou uma vez e o Guardiola continua a ser, senão o melhor, um dos melhores do mundo e de sempre e a equipa continua a ser inacreditável. Há ciclos e há fases.
É natural que nós, quando o mercado abrir, possamos fazer ajustes ao plantel, que possa sair um ou outro jogador e entrar um ou outro jogador, mas não vamos fazer revoluções no plantel, porque confiamos verdadeiramente naqueles que cá estamos e sentimos que é uma questão de tempo”
Galovic e Vitinho mantém-se de fora, já David Simão está em dúvida para o encontro. Caso venha a disputá-lo, o médio de 34 anos e capitão da equipa fará o seu jogo número 200 pelo FC Arouca.
Por fim, nota para a campanha de bilhética que o clube está a desenvolver, na qual os estudantes do concelho tem direito a entrada gratuita, os sócios cativos a 2 bilhetes de acompanhante e os sócios normais a um bilhete extra na compra do seu. Nessa campanha, a mascote Ibéricus andou pelas ruas da Vila na passada sexta-feira a tirar fotos e a oferecer bilhetes.
Texto: Simão Duarte
Foto: FC Arouca