Vasco Seabra: “Uma vitória dos jogadores, das pessoas da limpeza, do pequeno almoço…”

O FC Arouca, lanterna vermelha da Liga Portugal, recebeu e venceu os encarnados do Santa Clara por 1-0, num jogo marcado pela estratégia arouquense muito bem conseguida, onde os comandados de Vasco Seabra anularam o adversário e controlaram o jogo, do início até ao fim, numa exibição marcada por uma enorme força de vontade do coletivo.

No final da primeira vitória desde a sua chegada, Vasco Seabra começou por atribuir os louros da vitória a todos os que trabalham no clube, explicou a estratégia que trouxe para o jogo. Estas foram as palavras do técnico:

– Análise ao encontro, com elogios à estrutura e staff

“Antes de mais, foi uma vitória importante contra um adversário muito bom e dar os parabéns ao Vasco Matos, porque está a fazer um trabalho fantástico e que engrandece ainda mais o que produzimos em jogo.

Uma vitória dos jogadores, da nossa estrutura, de toda a gente que nos ajuda, desde o presidente às pessoas que trabalham no clube. Tenho que falar forçosamente disto, mas nós chegamos aqui todos os dias e tivemos um ciclo menos positivo, relativamente aos resultados, mas sentimos sempre uma energia muito positiva de toda a gente que trabalha cá. As pessoas da limpeza, do pequeno almoço, o André aqui na comunicação, departamento médico. Todos com uma confiança muito grande que permitiu que os jogadores tivessem esta atitude e mantenham esta atitude, esta postura.”

– Análise à estratégia

“Em termos de estratégia, aquilo que nós procuramos para o jogo era saber que o Santa Clara nos ia bater de forma pressionante, se nós construíssemos a três mais direto. Isso iria levar-nos para um duelo individual constante e nós procuramos criar soluções mais de dentro-fora ou às vezes de fora-dentro, sabendo que tínhamos que tentar fazer com que a linha de cinco (defesa) se mexesse, poder desmontar essa linha para depois podermos entrar em espaços mais em largura ou abrir espaços na profundidade, para que a equipa tivesse jogo de corredor e de profundidade, não ficássemos só no corredor, mas pudéssemos, ao ir ao corredor, provocar movimentos à profundidade.

Sabíamos que tínhamos jogadores que cada vez mais fazem esses movimentos com qualidade e isso iria empurrar mais o Santa Clara para trás, e depois a nossa preparação da perda ser mais alta para conseguirmos recuperar mais bolas quando a perdêssemos. Essencialmente até ao golo, penso que a equipa conseguiu cumprir isso com muita efetividade, nós ganhamos quase sempre a primeira e segunda bolas quando elas eram perdidas. Isso levou-nos também para essa dimensão de jogo físico e intenso, mas ao mesmo tempo de qualidade e de risco.

Por isso é que estes jogadores mereceram tanto a vitória, porque não é fácil estar em último lugar, mas a equipa manteve uma estabilidade grande em jogo. Penso que ao intervalo o resultado era injusto, porque penso que deveríamos estar a vencer por dois golos de diferença. Os últimos 10/15 minutos são naturais de alguém que está ansioso por vencer. Acabamos por vir um pouco para trás, não permitimos oportunidades de golo ao adversário. Viemos mais para trás do que aquilo que eventualmente necessitaríamos, porque acho que poderíamos manter o nosso padrão, mas emocionalmente queríamos muito guardar a vitória.”

– Sentimento que fica para daqui em diante

“É um bocadinho isso, nós podermos olhar-nos ao espelho e sentirmos a confiança que nós vemos todos os dias, ser representada depois em jogo contra um adversário como o Santa Clara, ou seja, sentirmos que podemos competir. Aquilo que andamos a dizer, a equipa dimensionar-se, crescer, aumentar os seus níveis de intensidade, de ritmo, correr mais metros, capacidade para ganhar duelos para depois ter respiração e oxigénio para poder meter a bola no chão e jogar.

Este processo teve altos e baixos, mas sempre com um foco claro. Isso ser produzido depois com uma vitória contra um adversário desta valia tem de nos dar esta dimensão de confiança e ao mesmo tempo de responsabilidade, saber que na sexta-feira temos que aumentar um pouco o nosso nível que fizemos hoje e a nossa exigência sobre nós mesmos. Conquistamos três pontos, saímos da última posição, que é uma posição muito incómoda, mas temos de olhar para a frente, porque cada jogo que vamos disputar são três pontos que estão em disputa e não podemos esperar pelo que vem a seguir.”

– Lesão do Henrique Araújo

“Ainda não falei com o departamento médico para saber. Ele sentia uma dor muito forte nas costelas, por isso, penso que terá sido uma pancada mais violenta. Espero que não seja nada de impeditivo para a frente, até porque ele estava a fazer um jogo muitíssimo bom.”

Situado agora em 17º lugar, com 11 pontos, o FCA prepara-se para a deslocação a Rio Maior, para defrontar o Casa Pia na próxima sexta-feira, pelas 20h15.

Texto: Simão Duarte

Foto: Milene Proença

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