Em 15 confrontos, Lobos de Arouca nunca perderam contra os Gilistas
Após a derrota fora de portas na sexta-feira passada (3-1 frente ao Casa Pia), o FC Arouca regressa ao Municipal de Arouca e volta a jogar a uma sexta à noite pelas 20h15, inaugurando a jornada 16, a última de 2024, com um duelo frente ao Gil Vicente. Dar nota de que, nos 15 confrontos entre as duas equipas, os arouquenses nunca perderam – seis empates e nove vitórias. Outra boa premissa para o encontro desta noite é o registo ofensivo (algo em que, atualmente, a equipa sente algumas dificuldades), pois o FCA marcou em todos os 15 jogos.
A equipa de terras de Santa Mafalda regressou ao último posto na última jornada, fruto de não ter pontuado e os seus adversários diretos (Nacional e Farense) terem-no feito. Já o Gil Vicente, sob o comando de Bruno Pinheiro, vem de uma sequência de três resultados positivos – duas vitórias (Nacional e Farense) e um empate frente ao Sporting – situando-se tranquilamente no décimo lugar.
Na conferência de imprensa de antevisão, Vasco Seabra analisou o adversário, falou do estado do grupo de trabalho, da importância de vencer amanhã e do mercado de transferências de inverno.
Estas foram algumas das palavras do técnico:
“Antes de mais, recompensar-nos a nós, que trabalhamos arduamente e queremos ser nós a entregar, às pessoas que nos acompanham, que acreditam em nós e que torcem por nós, sofrem connosco. Nós sabemos que vamos ter um adversário que vem de uma sequência muito boa, nos últimos três jogos fez muito bons resultados. Sabemos também que esse dado histórico (FC Arouca nunca perdeu contra o Gil) vem para o nosso lado e a única coisa que nos cria é a sensação de que temos de trabalhar muito, dedicar tudo aquilo nós temos para mantermos esse registo histórico.
É mais uma responsabilidade para nós, no sentido de confiarmos no processo, naquilo que temos vindo a fazer. Sabemos que, desde a nossa entrada, por vezes sentimos que há aqui um passinho atrás para dar dois em frente, depois dois atrás para dar três em frente. Queremos criar a consistência exibicional, e também isso produzindo resultados. Este é o jogo ideal, porque é o próximo, onde temos que entregar toda a energia das nossas famílias, da família Arouca, pelo festejo do aniversário, pela época em que estamos com as nossas famílias e queremos que sejam felizes connosco. Tudo argumentos que nos fazem ter de dar o extra para sermos ainda melhores e criarmos essa dinâmica de vitória.”
“Regressando um pouco aí, a verdade é que nós, quando chegamos, sabemos que quando introduzimos um processo novo onde temos uma outra abordagem do ponto de vista da pressão, da construção, da forma intensa como queremos jogar numa pressão mais alta que nos obriga naturalmente a estar, por vezes, com outro ritmo em termos de jogo, sabemos que quando trocamos estas referências, há algumas posições também que foram modificadas. Quando estas coisas acontecem, sabemos que num ou noutro momento nós vamos ter esse percalço, essa dor de crescimento.
Sentimos também junto do grupo é que já todos direcionam o caminho, já todos sabem para onde é que queremos ir, da forma como queremos competir, da forma como queremos olhar para os adversários e a abordagem que queremos ter e, portanto, sabemos que, às vezes, quando andamos esse passinho atrás, sabemos que temos uma orientação muito grande, queremos é criar realmente essa consistência.
A semana foi de encontro àquilo que era a nossa expectativa de reação, da equipa querer mostrar que continua ligado ao processo e àquilo que quer fazer. Confiamos neles, estamos motivados, com muita ambição de competirmos, de jogarmos. Estamos até com aquela ansiedadezinha positiva de vir para jogo, de estar juntos dos nossos, na nossa casa, voltarmos a um espaço que é nosso e, portanto, com essa paixão do jogo.”
“No último jogo fizemos três golos, dois deles em fora de jogo. E a verdade é que nós dimensionamos a equipa para a frente, não permitimos grande coisa ao Casa Pia e é acabámos por sofrer três golos. Ou seja, nós nesse detalhe, nesse pormenor, naquilo que às vezes tem sido a tendência para nós termos diversas situações em conseguirmos enquadrar-nos contra a última linha do Casa Pia, ou estarmos a circundar a última linha/último terço do Casa Pia e não criarmos o volume de oportunidades que temos condições para criar e com muito pouco acabamos por sofrer golos.
Nós, quando treinamos, todas as semanas, nós procuramos que haja um foco grande por todos os momentos do jogo, pelos quatro, tanto ofensivos como defensivos em transições e também pela bola parada. São coisas que nós vamos trabalhando em termos de processo, não desconfiamos em função dos resultados. Naturalmente os resultados são um sinónimo de que alguma coisa podemos estar a fazer ou não e nós não fugimos disso. Mas estamos num clube que naturalmente quer ganhar e como queremos ganhar, a pressão e a exigência vem de nós mesmos, vem do grupo, vem do treinador, todos nós queremos muito ganhar, queremos muito valorizar aquilo que nós fazemos durante a semana”
“Não há plantéis perfeitos, seja ele qual for, em que país for. É natural que hajam reajustes no mercado de janeiro. Não vamos fazer nenhuma revolução, isso é certo e sabido. Confiamos no plantel, por isso qualquer situação que possa acontecer nós vamos estar abertos a ela, no sentido de jogadores que porventura podem estar com alguma dificuldade aqui e queiram sair ou não, propostas que possam chegar de outros clubes por jogadores nossos, que é também natural porque temos muita qualidade interna.
Nós temos que estar sempre atentos ao mercado e estarmos ativos para podermos perceber que podemos melhorá-lo, podemos equilibrá-lo, sem desconfiança daquilo que nós temos porque nós confiemos no plantel.”
As ausências para este encontro aumentaram em relação aos anteriores. De acordo com as palavras de Vasco Seabra, para além dos habituais ausentes Galovic e Vitinho (em reintegração, mas sem estar apto para o jogo), Pedro Moreira (ligeiramente condicionado), Henrique Araújo (ainda em recuperação) e David Simão (cumprirá jogo de suspensão por acumulação de amarelos) também não vão a jogo.
Texto: Simão Duarte
Foto: FC Arouca