Apesar de uma exibição repleta de altos e baixos, o FC Arouca terminou a primeira volta com uma vitória por 1-3 na deslocação ao Bessa, perante uma fatia considerável de adeptos arouquenses (fruto da campanha do clube, que ofereceu bilhete a todos os sócios).
No final da segunda vitória desde a sua chegada, Vasco Seabra começou por analisar a partida, abordou o processo de crescimento da equipa e explicou as primeiras substituições que efetuou.
Estas foram algumas das palavras do técnico:
“Penso que a primeira parte foi, maioritariamente, dominada por nós, com mais iniciativa e capacidade para criar espaços para atacar. Num ou noutro momento, ainda com a agressividade natural do Boavista, a procurar através de lances principalmente de bola parada, a colocar mais gente em cima. Nesses momentos, sim, o Boavista por cima, quando era lançamentos, livres.
Tirando isso, penso que dominamos a primeira parte, fomos bem a vencer para o intervalo. Na segunda parte, sentimos que a ansiedade de estarmos com mais um jogador, a ganhar 0-1, de querer muito fazer três pontos, que eram muito importantes. Naturalmente, nesta fase, a última jornada da primeira volta, a equipa sente algum peso de querer fazer mais pontos.
Penso que tivemos mais vontade de guardar o resultado do que tentar vencer e fechá-lo. Faltou-nos mais capacidade e agressividade ofensiva para fechar o jogo mais cedo e não permitir que o Boavista tivesse em bloco curto, a pressionar-nos nos momentos certos. Estávamos algo passivos na circulação da bola, mais lentos, e estávamos a não querer cometer riscos que nos estavam a criar incapacidade para suster.
Só a partir do momento em que sofremos o golo é que voltamos a ser Arouca, expeditos, a querer vencer o jogo. É uma vitória, apesar de ser oscilante, que advém da crença da equipa, deste espírito coletivo, vontade muito grande de vencer. Em quatro jogos, fizemos sete pontos. Entramos agora na segunda volta com outra confiança, querer, paixão em termos de processo também. Sabermos lidar com esta parte emocional, que é uma parte importante do jogo e que vamos tê-la até ao final, porque é um campeonato muito difícil. Hoje tivemos dificuldade em lidar com ela, mas sentimos que vamos crescer com isso.”
“Tínhamos uma vontade muito grande de inverter, porque sentir que em quatro jogos, fizemos sete pontos, é muito importante. São quatro jogos onde pontuamos em três deles e vir ganhar fora é muito importante. Tínhamos ganho em casa também ao Santa Clara e empatamos no último jogo (Gil), onde resgatamos também no coração, alma, paixão. Foi uma fase de quatro jogos…o grupo está a treinar muito bem, acredita muito no processo, os jogadores ligam-se, querem muito fazer aquilo que a gente lhes diz, mas a verdade é que chegando a jogo, ainda não conseguimos produzir em jogo a qualidade que produzimos em treino. Tem a ver com essa gestão emocional e a ansiedade que a tabela provoca.
Sentimos que foram três pontos muito importantes. Agora, com uma paragem, permite-nos olharmos uns para os outros com a confiança que sentimos em treino, mas que também já é representada em jogo, principalmente por estes quatro jogos.”
“(David) Estava a fazer uma excelente partida, mas o relvado estava muito difícil. Ao errar a receção ou o passe, o Boavista chegava perto e podia ganhar o ressalto, expondo o jogador ao segundo cartão amarelo. Perdemos o líder em campo, que transmite a liderança do treinador, mas não podíamos correr o risco de jogar com menos um. Aliás, pensámos da mesma forma aquando da saída do Weverson”
Texto: Simão Duarte
Foto: Ana Margarida Alves