Num ano recheado de actividades, cada vez com mais presença, mais força e mais tradição , incluindo a participação no programa de televisão Praça de Alegria , o grupo Etnográfico prestou homenagem à sua fundadora que recebeu a medalha e colar da Ordem de Mérito da Federação do Folclore português. A homenagem é publicada neste jornal com um texto da professora Fátima Avó que faz parte do grupo desde a sua fundação.
“Entre cantares e recordações, ergueu-se a voz de um Povo que nunca se cala, o Grupo Etnográfico de Danças e Cantares de Fermedo e Mato celebrou a memória viva de quem semeou tradição e colheu eternidade, num ano em que cumpriu o seu plano de atividades.
No dia 24 de maio, o Grupo Etnográfico de Danças e Cantares de Fermedo e Mato viveu um dos momentos mais significativos da sua história recente: a sentida homenagem à sua principal mentora, Mulher de visão e entrega plena, que ao longo de décadas tem conduzido o grupo com paixão, rigor e dedicação inabalável.
A cerimónia, carregada de emoção, reuniu a Federação de Folclore Português, a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia, o Conselho Técnico da Federação de Folclore Português do Douro Litoral Sul e grupos de folclore amigos que se associaram ao tributo. Foi um encontro de memórias e afetos, onde se reconheceu não apenas a obra feita, mas também o espírito que procede a inspirar novas gerações.
“Quem semeia tradição, colhe eternidade” – foi uma das frases que ecoou na celebração, resumindo o legado da homenageada. Entre discursos e cantares, a comunidade reafirmou que o folclore é mais do que espetáculo: é raiz, é identidade, é pertença.
Os festivais e os encontros folclóricos realizados, foram-no com entusiasmo e participação alargada; as oficinas pedagógicas aproximaram a comunidade das tradições locais; as exposições temáticas deram visibilidade ao património material e imaterial e as parcerias culturais reforçaram o papel educativo e comunitário do grupo.
A homenagem não foi apenas memória e gratidão: foi também estímulo. Entre aplausos e palavras sentidas, ficou a certeza de que a mentora continua a ser farol e inspiração. O grupo, as entidades e os amigos que se reuniram em torno dela deixaram-lhe um apelo silencioso, mas profundo: que prossiga com a mesma paixão, guiando com sabedoria e ternura o caminho das tradições.
“Porque quem guarda a alma de um povo não se cansa de a partilhar, e cada gesto seu é semente de futuro.”
Assim, a celebração transformou-se em promessa: a de que a mentora continuará a caminhar lado a lado com o grupo, mantendo viva a chama que une gerações e dá sentido à cultura popular.
Na sessão solene, a Federação de Folclore Português destacou o contributo para a salvaguarda do património imaterial, sublinhando-o como chama viva que ilumina a memória coletiva e garante a continuidade das tradições. Este reconhecimento reforça a importância de manter vivas as raízes culturais, valorizando o papel das comunidades na preservação de um legado que se projeta para o futuro.
A Câmara Municipal enalteceu o papel do grupo na projeção cultural da região, reconhecendo nele um emblema vivo da identidade local e um farol que leva além-fronteiras a riqueza das tradições. Este gesto sublinha a relevância da coletividade na preservação e difusão do património cultural, reforçando o elo entre memória e futuro.
A Junta de Freguesia reforçou o apoio às iniciativas que aproximam gerações, reconhecendo nelas um espaço de encontro entre memória e futuro, onde o saber dos mais velhos se entrelaça com a energia dos mais novos. Este gesto evidencia a importância de cultivar laços comunitários que mantêm viva a tradição e fortalecem a identidade local.
Os grupos amigos testemunharam a amizade e a cumplicidade que unem o movimento folclórico, revelando-se como laços invisíveis que fortalecem a união e dão vida às tradições. Este gesto coletivo evidencia que o folclore é mais do que expressão cultural: é encontro de afetos, partilha de memórias e celebração da identidade comum.
Texto de Fátima Avó
Fotos de Carlos Pinho


