Duelo entre os dois últimos classificados marcado para as 20h30
Este sábado, o FC Arouca disputa o primeiro encontro de 2025 e o último da primeira volta da Liga Portugal. O adversário é o Boavista, companheiro dos Lobos de Arouca no fundo da tabela (estando no lugar acima dos arouquenses) e com quem dividem o registo de pontos e o de pior ataque do campeonato. Ambas as equipas somam 12 pontos e marcaram, até ao momento, apenas 10 golos.
O histórico de confrontos revela algum equilíbrio, ainda que os axadrezados tenham ligeira vantagem: nos 13 encontros, o Boavista venceu cinco e o FC Arouca quatro. Os restantes quatro jogos terminaram empatados. Contudo, se olharmos apenas para os duelos disputados no Estádio do Bessa, aí as Panteras Negras são favoritas, pois em seis jogos, o FCA só venceu um – foi na época passada (representado pela fotografia que ilustra esta notícia), com uma goleada por 0-4, num jogo onde se assistiu à primeira vitória de Daniel Sousa para a Liga e que marcou o início da viragem da campanha arouquense.
Na conferência de imprensa de antevisão, Vasco Seabra analisou o adversário, abordou a falta de finalização arouquense, bem como o mercado de inverno que já se iniciou.
Estas foram algumas das palavras do técnico:
“Jogo difícil, o Estádio do Bessa é sempre um estádio onde os adeptos têm sempre uma influência muito grande no jogo. Sabemos que é um jogo difícil, uma equipa muito agressiva, muito aguerrida, bate-se sempre no jogo, é muito competitiva. Por isso sabemos que temos que olhar muito para aquilo que nós temos que fazer, da capacidade agressiva que temos que ter, tanto defensiva como ofensivamente. Porque tudo o que são duelos, contactos, primeira bola, segunda bola, bolas paradas, são tudo situações em que o Boavista também é muito forte. E depois, ofensivamente, termos discernimento com bola, capacidade para conseguirmos criar oportunidades de golo e, naturalmente, concretizá-las, que é aquilo que é o nosso objetivo.”
“Sim, quando nós acabamos por estar um bocadinho mais ansiosos com o facto de querermos marcar golos. Porque o golo pode dar as vitórias, pode nos dar aquilo que é o desafogo em termos de classificação. Por isso nós sabemos que, naturalmente no momento do último passe, do último cruzamento, da última finalização, quando já estamos mais instalados em último terço e mais perto da baliza do adversário, por vezes essa ansiedade joga um bocadinho contra nós.
É uma questão de momento, de fase. Nós sentimos que estamos a passar uma fase, que já perdura desde algumas semanas, e que quando sairmos dela a equipa vai estabilizar e a equipa vai sentir-se cada vez mais confiante. Nós temos confiança nos jogadores, eles próprios têm confiança no processo e naquilo que estão a fazer, por isso sentimos que é uma questão de persistir, de sermos resilientes, tentarmos, arriscarmos ainda mais vezes. Vamos continuar a falhar, por isso temos é que arriscar mais vezes para que o número de probabilidade suba para que as oportunidades sejam concretizadas.”
“É um adversário que está igual a nós e o qual nós queremos muito vencer. Sabemos que neste momento estamos iguais, ou seja, se estamos iguais sentimos que temos que competir muito para que consigamos superiorizar a eles, sermos melhores e trazermos os três pontos. Do ponto de vista emocional, a equipa, neste momento, dada a necessidade que nós temos também de pontuar e de conquistar pontos para nos sentirmos cada vez mais fortes com aquilo que temos vindo a fazer durante a semana, nós temos que olhar para os jogos todos com uma vontade muito grande de os vencermos.
Do ponto de vista emocional, eu percebo a questão e percebo que o facto de estarmos a lutar com um adversário que está com os mesmos pontos que nós, pode nos dar aquela falsa sensação de que é um jogo onde nós agora temos mesmo que competir, mas não, nós temos que competir os jogos todos. Portanto, é um jogo em que, mais uma vez, nós temos que entrar com uma vontade muito grande de vencer, de conseguirmos, se possível, ficar com a nossa baliza estancada e marcar golos na baliza do Boavista.”
“Não vale a pena eu estar aqui a falar de mil coisas quando depois a realidade é que nós temos poucos golos marcados, é uma realidade e eu sinto que não é um problema dos avançados. Sinto que é um problema, que é uma necessidade coletiva de nós conseguirmos criar ainda mais condições para que os nossos avançados consigam finalizar, sejam eles os pontas de lança, os extremos, aqueles jogadores que se aproximam mais da baliza. Ainda neste jogo, o Yalçin entrou muito bem e fez golo, o Marozau acabou por não fazer golo e teve duas chances muito boas, que foram duas grandes defesas do Andrew. Nós sentimos que os nossos avançados estão a lutar, estão a batalhar para que as oportunidades lhes apareçam e para que as coisas surjam com naturalidade, com certeza daquilo que a gente pode fazer.
Relativamente ao mercado, tal como eu tenho vindo a dizer, é a verdade nua e crua, já saíram três jogadores que estavam com poucos minutos e vão existir ajustes. Nós tínhamos um plantel, porventura, um bocadinho mais extenso do que aquilo que nós pretendemos e é natural que surja uma ou outra entrada, uma ou outra saída. E isso é uma coisa que é natural, para tornarmos o plantel cada vez mais competitivo. Temos que estar sempre a gerir aquilo que é o mercado e nós só iremos tentar trazer aqueles que nós acreditamos que podem vir acrescentar, porque nós confiamos muito no plantel.
Apesar de estarmos numa posição incómoda, que não queremos estar e que acreditamos que é uma posição que vamos deixar com velocidade, a verdade é que nós sentimos confiança no plantel, mas sentimos que se houverem oportunidades que nos permitam acrescentar valor e competitividade ao plantel, estaremos abertos a elas, mas sem fazer revoluções, essencialmente para, pontualmente, podermos competir internamente melhor ainda.”
Henrique Araújo (em dúvida), Galovic e Pedro Moreira continuam entregues ao departamento médico. David Simão, após cumprir jogo de castigo por acumulação de amarelos, deverá regressar às escolhas, nas quais Jose Fontán e Jason Remeseiro estão “à bica”, com quatro amarelos. Gustavo Correia será o homem do apito da partida em que os sócios arouquenses têm bilhete gratuito.
Texto: Simão Duarte
Foto: FC Arouca