Município

Resumo histórico

O concelho de Arouca: Fundação e crescimento

A Nascente e Poente do concelho existiram, no entanto, dois outros concelhos, cujos territórios se integram hoje no de Arouca: o de Alvarenga e o de Fermedo, ambos com foral de 1514.

Em 1836 foi extinto o concelho de Alvarenga e parte das suas freguesias foram integradas no de Arouca: Alvarenga, Espiunca, Canelas e Janarde.

Nova Reforma Administrativa extinguiria o concelho de Fermedo e as freguesias de Escariz, Fermedo, S. Miguel do Mato e Louredo seriam integradas também no concelho de Arouca. A freguesia de Louredo passou posteriormente para o concelho da Feira.

Por Lei de 1917, Covêlo de Paivó, do vizinho concelho de S. Pedro do Sul, passou para o de Arouca, completando-se assim o alargamento do território concelhio que se estende por cerca de 328 kms2 e é actualmente constituído por 20 freguesias.
A vila cresceu à sombra do convento e, pelo tempo fora, as mentalidades que abrigava, marcaram profundamente o sentir, agir e religiosismo do povo.

Consequência directa da Revolução francesa, o Liberalismo chegaria a Portugal no primeiro quartel do século XIX.

A implantação do Liberalismo agitou letrados e burgueses locais, em luta pelo Poder que mudava de mãos.

A legislação Liberal de Mouzinho da Silveira aquando da implantação definitiva do Liberalismo em 1834 colocou à disposição da burguesia portuguesa grossa fatia do território, confiscado às ordens religiosas masculinas.

Também em Arouca, a proibição do noviciado levaria, a curto prazo, ao mesmo movimento de luta pela posse da terra.

Assim, à medida que o concelho ganhava autonomia e medravam os novos terratenentes, extinguiam-se as freiras à míngua e delapidava-se religiosamente o recheio do mosteiro que passava a decorar as paredes das casas dos novos detentores do Poder, sobretudo a partir da morte da última freira, em 1886.

O historiador Alexandre Herculano, em peregrinação cultural pelo país, salvou parte considerável do rico espólio documental do cartório do mosteiro que se encontra a salvo na Torre do Tombo.

Apesar do saque a que o recheio do mosteiro de Arouca foi votado, o Dr. Simões Júnior, médico de Arouca, organizou em 1933 o museu de Arte Sacra que é um dos mais ricos do país, constituído por paramentos, alfaias sagradas, mobiliário, tapetes, quadros e esculturas de diferentes séculos, diversos materiais de raro valor.

Com o apoio da população e a colaboração do Conde de Castelo de Paiva, alguns dos mais prestigiados terratenentes de Arouca conseguiram que fossem extintos, por decisão régia, os pesados foros, em Junho de 1898.

A implantação da República em 1910, a instauração da Ditadura Salazarista a partir de 1926 e a Revolução de Abril em 1974, para além de raras mexidas na Administração Local, precedidas de alguns conflitos de bastidores, na luta pelo poder, não foram acompanhadas de agitação popular.

A agricultura praticada nos vales e terras férteis dos vales e meia encosta, o pastoreio nas serras

e a enorme mancha florestal que cobre parte considerável do concelho, constituem desde tempos imemoriais o sustento das gentes.
A revolta do povo contra o corte das videiras americanas em 1936 e a resistência à polícia que veio confiscar o volfrâmio de Alvarenga em 1944 e de que resultaram vários feridos e um morto em cada situação, constituem actos pontuais de desespero de um povo pacífico, que emigrou por esse mundo sempre que o pão escasseou e se viu desamparado pelos próceres do regime.

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